Você já se perguntou por que Tiradentes ficou conhecido como Tiradentes? E será que Tiradentes era dentista?
Joaquim José da Silva Xavier além de ter sido um dos grandes nomes da Inconfidência Mineira, também se dedicava a algo bem diferente da política: a extração de dentes. Isso em uma época em que não existiam faculdades de Odontologia. Ou seja, ele foi um dos primeiros a cuidar da saúde bucal da população no Brasil.
Não existia diploma, especialização ou cadeira odontológica, o que existia era dor de dente, e alguém precisava ajudar – e o Tiradentes se tornou esse alguém! Mesmo sem formação acadêmica, ele extraía dentes para aliviar o sofrimento das pessoas.
Foi criado na casa do padrinho, o cirurgião Sebastião Ferreira Leite, que o ensinou algumas noções práticas de “odontologia” para a época.
O restante? Ele aprendeu de forma autodidata e passou a cuidar de quem sofria com infecções e dores de dente, se tornando um dos primeiros “cirurgiões práticos” do Brasil. E é por isso que muitos historiadores consideram que Tiradentes protagonizou a primeira ação voltada à saúde bucal no Brasil.
Um gesto simbólico, mas marcante, que acabou sendo reconhecido anos depois quando nomeado o Patrono da Odontologia Brasileira no século XX. Ou seja, além de herói nacional, também deixou sua marca na história da Odontologia.
Hoje, o cenário é outro (e ainda bem!). A Odontologia evoluiu muito desde o século XVIII.
Atualmente, contamos com recursos que vão desde exames de imagem de alta precisão até tratamentos preventivos que evitam doenças bucais antes mesmo que elas apareçam. A atuação dos dentistas está cada vez mais focada na promoção da saúde, no conforto e na qualidade de vida do paciente.
De certa forma, sim, mas diferente de como é hoje. O ser dentista mudou!
No século XVIII, não havia faculdades nem técnicas modernas: “ser dentista” se resumia a aliviar dores, principalmente extraindo dentes. Então, se entendermos “dentista” como alguém que cuida da saúde bucal, Tiradentes foi, sim, um dos primeiros no país! Sua dedicação à saúde das pessoas, mesmo com os poucos recursos da época, foi um marco importante.
Uma lembrança de que, em qualquer tempo, cuidar do outro é sempre um ato de coragem – e também de humanidade.